Cartas 02#

Itabuna, 20 de junho de 2014

Meu bem,
Eu não sou difícil nem complicada, apenas sincera demais quando deveria ficar calada. Eu sei que você não se importa, mas eu tinha que falar, vai ser como tirar os espinhos da garganta. Mulheres são dramáticas, eu sei, e tenho consciência que estou fazendo um drama desnecessário agora, porém como esperar algo diferente de alguém como eu? Sim! Ficaria mais feliz se falasse comigo de vez enquanto sem motivo, sem que eu o “obrigue” a dialogar comigo.  Parece que a maioria das vezes eu te incomodo com o meu jeito expansivo e imediatista, no entanto eu gostaria apenas que ficasse aqui.  É difícil ler seus pensamentos por mais claros que pareçam, além do que tenho uma tendência muito grande a imaginar coisas, e você me faz perder a razão. Agora me diga como não me prender em você?  Se o seu sorriso me desarma, se tudo em você me distrai? Como você consegue enxergar as coisas mais complexas de forma tão simples.  É difícil manter o meu foco com você por perto, sei que o certo a fazer é me aquietar e ver o rumo que as coisas vão tomando, mas tenho uma parte emocional dentro de mim gritando pra sair.
E você sabe de tudo isso inconscientemente, talvez desconfie, mas queira não admitir. Mesmo antes de escrever tudo isso, de tornar em palavras meus sentimentos confusos. Então por amor próprio, vou aderir a sua postura por que sinceramente tudo em mim termina em tragédia, choro e coração despedaçado. Você não quer ser quem eu preciso (nem você pode) e eu não posso ser o que você quer (sempre vou ter os meus defeitos que você tanto odeia). Estou escrevendo um texto imenso, para o que você usaria duas palavras, ou uma frase talvez, mas agora existe o nada, e me diga por que eu ainda perco tempo ilhando para um passado que não significa nada.
Com carinho,
Nana

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