Ariel
Ariel estava exausta, a rotina estava
sendo pesada demais e seu coração estava um caos nem ela conseguia se entender.
Abriu a porta, tirou os sapatos seus tendões doíam do dia intenso que teve, se
afundou no sofá e deixou seus pensamentos divagarem sem culpa. Pensava até
quando ia continuar nessa vida, seu pai não falava com ela, para sua mãe era
como uma ovelha negra adorava o seu trabalho tinha pessoas encantadoras e não
era ruim, mas ele não dava a segurança que devia dar por isso a sua família a
odiava, ela poderia ser medica, advogada ou qualquer outra coisa, mas escolheu
fazer o que gostava. Naquele pequeno apartamento no subúrbio da cidade
circulavam imensas emoções.
Duas batidas leves na porta a tiraram dos
seus devaneios, ela já sabia quem era antes mesmo de abrir. Klaus. O seu
coração se apertou, eles não estavam bem e aquela não era uma boa hora para
aparecer sem avisar, tomou coragem e abriu a porta. Lá estava ele com aquele
olhar que desarmaria um exercito e aquele jeito manso de viver, mas tinha algo
mais hoje, algo que ela não sabia o que era. A cumprimentou rapidamente com um
beijo rápido de boa noite e a chamou pra dar uma volta num parque próximo. Ela
estranhou, mas concordou com o convite inesperado, afinal estavam no meio da
semana. Caminharam alguns minutos em silêncio e enfim ele falou o que estava o
incomodando, ali na rua fria e deserta dilacerou todos os sentimentos de Ariel,
disse que gostava dela, mas não o suficiente para continuar, a olhou com um
olhar sem culpa e foi embora. Estava chovendo, e a sua alma parecia com o
céu, nublado e feio. Andando pela rua, respirando compassadamente, contando de
um até dez. Ela estava sendo mais uma vez a maior idiota do mundo. Ela
estava em pedaços, seu coração doía e sangrava, não sabia o que fazer, estava
atônica demais para ter qualquer reação que não fosse chorar e não acreditava
no que estava acontecendo, tudo o que ela queria era a verdade, apenas a pura verdade.
Seu pensamento estava bagunçado, procurava em suas recordações o motivo do seu
erro, tentava lembrar o que havia de errado com ele, talvez fosse o fato de ela
ser ela mesma, de ser tão natural e fácil que seria classificada como
descartável. Ela nunca tinha pedido muita coisa, mas uma coisa que ela queria
era a verdade, por mais que doesse e machucasse, Se sentia como uma otária
agora, como alguém que foi feita de burra, por que às vezes a verdade que
machucava, mas preferia ser machucada de uma vez a sofrer aos poucos, do que
ser enganada e ludibriada como se seus sentimentos fosse um jogo. Talvez o erro
dela fosse esperar sinceridade demais, mas agora é andar com a cabeça erguida,
ela é forte, como nunca imaginara capaz de superar toda a dor, Ela é de ouro.
Um dia ela estará em paz e talvez ela já esteja encontrando a paz que tanto
quer estando sozinha.
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