Cartas para meu antigo anjo

Itabuna, 11 de junho de 2014
E eu queria fazer de todos os meus erros, desculpas e de todas as minhas futilidades, justificativas mas eu sei que eu não posso fazer isso. De novo. Eu tentei me esconder com todas as feridas e continuar ignorando o sangue que escorria, mas chega uma hora em que você ou pede ajuda ou morre. Eu escolhi morrer. Morrer da minha antiga eu, morrer do vento que não é meu, simplesmente olhar meu corpo boiando no rio e virar as costas e sair deixando as marcas dos meus novos pés na grama, carregando minhas sandálias nas mãos sem ao certo saber para onde ir, sentido o vento, me sentindo livre. Livre para voar de novo.
Escolhi parar de ficar de mimimimi, de tentar encontrar explicação onde não tem e montar um quebra cabeça inteiro sozinha. Escolho viver de novo, joguei fora aquelas coisas que guaradava na esperança de darem certo um dia, eu disse tchau pra você, pra mim, pra nós. Disse adeus para tudo que me fez chorar um dia, tudo que me levou uma lagrima ou até muitas delas.
Hoje eu não sou otimista, fico olhando como eu era inocente, tão idiota. Não sei explicar como aconteceu toda essa mudança, me desculpe se estou sendo dura com você mas não sei ainda ser outra de temperamento, estou escrevendo uma carta aos defuntos pois é, eu te matei quando eu morri. Tenho certeza que é o nosso fim, não existe mais anjo na minha vida, não há mais lugar pra você. Chega de promessas vazias na minha vida, eu fui legal com você e o que recebi em troca? acho que não preciso responder. Hoje eu acho graça da sua cara quando me ver chegar, acho graça de todas as suas promessas que me faz sem ter a intenção de cumprir. Eu me afasto, por que se eu me aproximar sou eu que vou quebrar seu coração e eu não vou está por perto para te ajudar a catar os pedaços.
Mônica
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